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FÓRMULA 1 – O que você precisa saber para a temporada de 2022

Um guia simplificado para se informar sobre as mudanças da categoria para o próximo ano

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Modelo do carro de 2022, em Silverstone, neste ano. | Foto: Liberty Media
Modelo do carro de 2022, em Silverstone, neste ano. | Foto: Liberty Media

A temporada de 2021 da Fórmula 1 mal acabou, mas os fãs não veem a hora dos carros voltarem às pistas. Em 2022, a F1 passará por uma das maiores mudanças já vistas na categoria. Os carros para a próxima temporada serão completamente remodelados devido a um novo regulamento que será introduzido, visando possibilitar mais ultrapassagens na pista. Mas quais serão as mudanças? Entenda abaixo.

RETORNO DO EFEITO SOLO

No final da década de 70, o efeito solo ficou muito conhecido por estar presente na maioria dos carros da categoria. Quem não se lembra da Brabham de Nelson Piquet? Projetado com a intenção de fazer com que o carro “grude” mais nas curvas, o efeito solo, a grosso modo, nada mais é que um conjunto de “ranhuras” na parte de baixo do carro, que têm como objetivo trazer um ganho aerodinâmico, gerando mais downforce. 

Como os carros atuais são muito dependentes e sensíveis à aerodinâmica, a ideia da FIA é retirar essa dependência, e como consequência, aumentar as ultrapassagens. Atualmente, o carro que anda na frente joga um ar “sujo” ou “turbulento” para o carro que está atrás (por conta do fluxo aerodinâmico). Com isso, o carro que anda atrás tem sua aerodinâmica prejudicada, ficando mais lento e tendo sua aproximação dificultada. Além disso, haverá defletores (uma pequena peça aerodinâmica) em cima de cada pneu, também com o intuito de eliminar o ar turbulento para o carro que vem atrás.

MUDANÇAS NOS PNEUS E ASAS REFORÇADAS

A partir da próxima temporada, os pneus passarão de 13 para 18 polegadas. Isto é, o raio do aro do pneu ficará maior, e a área da borracha, menor. Com essa mudança, a tendência é que os carros saiam mais de traseira, tornando mais difícil para se guiar. Entretanto, a mudança fará com que os carros fiquem, em média, 2 segundos mais lentos por volta, como explica o engenheiro da Mercedes, James Allison: “Os novos pneus serão mais pesados e terão menos aderência. Então eles devem fazer com que os carros sejam de um a dois segundos mais lentos”.

Já como medida de segurança, as asas e o bico dos carros serão reforçados. Com uma maior fixação e maior rigidez, ficará mais difícil que essas partes se quebrem em toques e batidas, que muitas vezes acabam ocasionando Safety Cars e bandeiras vermelhas, como vimos em 2021.

MAIOR EQUILÍBRIO

Ninguém gosta de ver uma corrida já sabendo quem irá vencer. Nos últimos anos, com exceção de 2021, a Mercedes dominou a categoria, vencendo a maioria das provas e levando com certa folga os campeonatos de pilotos e construtores. Para 2022, a ideia da FIA com o novo regulamento é uma maior padronização de determinadas peças nos carros, a fim de equilibrar a competição. Além disso, a partir de 2021 foi introduzido um novo teto orçamentário para as equipes. A medida, que favorece equipes menores, visa um investimento mais justo a todos, a fim de que equipes com alto poder aquisitivo, como Mercedes, Red Bull e Ferrari, não tenham tanta vantagem sobre suas concorrentes no desenvolvimento de seus carros.

RIVALIDADES

A temporada de 2021 foi palco do início da grande rivalidade entre Verstappen e Hamilton, que disputaram o título até a última volta da última corrida. Além do 2º round entre Max e Lewis, a grande novidade fica com George Russell. O agora ex-piloto da Williams será companheiro de equipe de Hamilton na Mercedes, e terá a grande chance de desafiar o heptacampeão. Russell, tido por muitos como um dos melhores de sua geração, irá querer mostrar serviço na equipe alemã, e promete não dar uma vida fácil a Lewis. Já vimos faíscas entre Rosberg e Hamilton. Seria Russell um concorrente à altura? É o que veremos. Além disso, Charles Leclerc e Carlos Sainz, da Ferrari, formaram a dupla mais equilibrada do grid em 2021, com ambos terminando a temporada com 159 e 164,5 pontos, respectivamente. Para 2022, o duelo promete ser ainda maior caso a escuderia italiana consiga fazer um carro capaz de brigar por vitórias.

ALTERAÇÃO DE FORÇAS

Como explicado no início do texto, a tendência é que as equipes estarão mais próximas no ano que vem, o que pode possibilitar uma mudança no domínio da categoria. A Mercedes, dominadora dos últimos anos, tende a perder território para as outras equipes, e em principal, para a Ferrari. A equipe italiana largou o desenvolvimento do modelo SF21, de 2021, no começo da temporada, focando totalmente no carro do ano que vem. Levando em conta que a Ferrari não tem um carro competitivo há mais de 2 anos, tudo leva a crer que a equipe está depositando todos os seus esforços no modelo de 2022, devido à grande mudança de regulamento. Já a Red Bull, campeã com Verstappen, segue sendo uma incógnita. A equipe focou todo o desenvolvimento na última temporada, durante briga pelo título contra a Mercedes. Entretanto, a Red Bull tem o projetista Adrian Newey como carta na manga.  Conhecido como “o mago da aerodinâmica”, Newey sempre se deu bem em anos que promoviam mudanças de regulamentos nos carros, como na mudança de 2008 para 2009, fazendo com que a Red Bull fosse de 7ª para 2ª colocada.

CONCLUSÃO

A temporada de 2022 segue sendo uma incógnita. É dado como certo que demore algumas corridas para que os fãs, pilotos e equipes consigam entender totalmente o comportamento dos carros e as novas direções que a Fórmula 1 irá tomar. Da parte técnica, os resultados são promissores. Com todos “no escuro”, a chance de zebras e acontecimentos improváveis é grande. Apenas temos a garantia de que a temporada promete, e bastante.

 

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