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STOCK CAR – Em clima de Corrida do Milhão, conheça a principal categoria do automobilismo brasileiro – 2016

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Entramos na semana da Corrida do Milhão, uma das etapas mais esperadas e aguardadas pelos pilotos e fãs da categoria, e claro, o TDT não podia deixar essa data passar em branco, durante a semana, contaremos a vocês um pouco da história dessa grande categoria do automobilismo brasileiro, como se iniciou, galeria de campeões, e curiosidades sobre a categoria, gostou? então, se prepare para viajar no tempo, vamos voltar nos anos 70 e ver como tudo isso aconteceu, mas antes disso contaremos a vocês o que é a Stock Car Brasil.

A Stock Car se iniciou como monomarca, tendo o apoio da Chevrolet, porém com o passar dos anos, outras marcas entraram e saíram da categoria como Mitsubishi e Volkswagen.

Em 2013, Chevrolet e Peugeot continuaram como patrocinadores da categoria, com 34 carros no grid, o campeonato é disputado em 12 rodadas, sendo 10 duplas, uma em duplas e a corrida do milhão, percorrendo cinco estados brasileiros. Atualmente conta com o Campeonato Brasileiro de Turismo como categoria de base, em substituição a Copa Montana, introdução ok, vamos voltar ao tempo até a década de 90, vem comigo!

Década de 1970 a 90:

A Stock Car foi criada em 1977 para ser uma alternativa à extinta Divisão 1 (D1), que corria com as marcas Chevrolet (Opala) e Ford (Maverick). Isso ocorreu pelo desinteresse do público e dos patrocinadores por se tornar uma categoria monomarca, dada a superioridade dos modelos Chevrolet. Para que isso não ocorresse, a General Motors criou uma nova categoria, que unia desempenho e sofisticação e claro, nome foi um golpe de mestre, pois além de emular o nome da famosa categoria americana, a NASCAR, desviava a atenção da marca única.

Chevrolet Opala restaurado de Paulo Gomes, mesmo modelo usado em 1988.

A primeira prova ocorreu em 22 de abril de 1979, no Autódromo de Tarumã, no Rio Grande do Sul, a criação da categoria foi a melhor resposta a um antigo anseio de uma comunidade apaixonada por carros de corrida, ou seja, uma categoria de Turismo que unisse desempenho e sofisticação.

Com um regulamento que tinha como características limitar os custos, procurando equilíbrio, sem comprometer as performances dignas das competições internacionais, a primeira edição contou com a presença de 19 carros, todos do modelo Opala com motores de seis cilindros de 4.100.

A pole position da corrida de estreia foi do carioca José Carlos Palhares, com o tempo de 1min 23s 00 e a prova foi vencida por Affonso Giaffone. O campeão da temporada de estreia foi Paulo Gomes, mito que entrevistamos semanas atrás.

Dez anos depois na década de 80, e nessa época, o piloto retornava ao automobilismo brasileiro depois de uma passagem pela Fórmula 1, onde defendeu a equipe Coopersucar-Fittipaldi. Ingo Hoffmann, passou a dominar a categoria no final da década de oitenta.

Em 1982 duas provas foram realizadas no Autódromo do Estoril, em Portugal, levando a categoria a primeira vez para fora do Brasil.

Já em 87 ocorreu a primeira grande mudança da Stock Car, com a mudança de apoio da GM na organização, foi adotado uma carenagem, criada e montada pela fabricante de carrocerias de ônibus Caio, que era inserida em cima do chassi do Opala.

Chevrolet Opala usado em 1988, já com a carenagem, criada e montada pela fabricante de carrocerias de ônibus Caio, que era inserida em cima do chassi do Opala.
Chevrolet Opala usado em 1988, já com a carenagem, criada e montada pela fabricante de carrocerias de ônibus Caio, que era inserida em cima do chassi do Opala.

O carro ganhava na aerodinâmica e no desempenho, ficando muito parecido com um protótipo, mas sem a marca da GM. Os equipamentos de segurança ficam mais sofisticados.

Chegamos em 1989, e nisso já tínhamos dois tri campeões na categoria, Ingo Hoffmann que mais tarde levaria 12 troféus para casa e Paulo Gomes.

Iniciamos ai década de 90, década que Ingo se tornou o rei da Stock Car, em 1990 a GM volta a investir pesado na categoria em 1990, passando a organizar e construir em sua fábrica um protótipo monobloco.

Sem grande apelo do público e perdendo espaço para categorias mais baratas bancadas por outras montadoras, a categoria passa por nova transformação em 1994, quando é adotado como veículo o Omega de rua, adaptado para competição.

Chevrolet Omega usado em 1994 na Stock Car.
Chevrolet Omega usado em 1994 na Stock Car.

Em uma clara estratégia de marketing e para diminuição de custos, as corridas passam a ser realizadas em rodadas duplas com a Fórmula Chevrolet, num evento chamado Chevrolet Challenger, cujos ingressos eram gratuitos e distribuídos nas concessionárias de veículos da marca.

Finalizando os anos 90, em 10 anos o “alemão” Ingo Hoffmann levou 8 títulos da Stock, somando até ai 11 títulos na principal categoria do automobilismo nacional.

A partir de 2000 a Stock estreava a nova carroceria do Vectra produzida em plástico reforçado com fibra de vidro montado com o novo chassi tubular mas ainda mantinha o motor 4.1, a partir de 2001 entraria o motor v8, a General Motors deixa de organizar a competição em definitivo, que passa a ser realizada pela empresa Vicar, de propriedade do ex-piloto Carlos Col, que também gerencia a Fórmula 3.

Chico Serra em ação na Stock Car em 2001, ano de seu tricampeonato.
Chico Serra em ação na Stock Car em 2001, ano de seu tricampeonato.

Para modernizar a competição e melhorar a segurança dos pilotos, a Stock Car passa a utilizar um chassi tubular, o projeto é do engenheiro argentino Edgardo Fernandez, que faz algo parecido para a categoria argentina Top Race V6, inspirado na Nascar, quanto no DTM alemão, o chassi, fabricado na JL, empresa do ex-piloto Zeca Giaffone, pode receber a carenagem de qualquer carro sedan.

Desde 2003 deixou de ser usado na categoria o motor de 6 cilindros Chevrolet, usado com modificações desde o início da Stock Car em 1979, sendo trocado pelo motor V8 Chevrolet 350 importado dos Estados Unidos pela JL, similar ao utilizado na Busch Series, segunda categoria da Nascar, iguais e limitados a 450cv.

Assim, a montadora GM passava a ser patrocinadora da categoria, fornecendo a carenagem do sedan, abrindo espaço para que outras montadoras pudessem ingressar na categoria com investimentos baixos.

Em 2004 a competição passaria a utilizar a carroceria do Astra e em 2005, temporada que também entrou para a história da Stock Car, além de a categoria ter se tornado multimarca – pela primeira vez os Mitsubishi Lancer correram ao lado dos Chevrolet Astra, no dia 30 de outubro 40 carros da Stock Car V8 realizaram uma inédita corrida fora do Brasil, valendo pontos para o campeonato.

Stock Car (2005) - Nonô Figueiredo no Astra #11
Stock Car (2005) – Nonô Figueiredo no Astra #11

O ano de 2006 teve mais novidades, além da corrida na Argentina ter sido mantida no calendário, a Stock Car V8 recebia a sua terceira marca. O Volkswagen Bora passou a ser a carenagem de dez carros da principal categoria do automobilismo da América Latina e as equipes foram liberadas para a utilização do uso da telemetria, que permite um maior controle das equipes sobre o comportamento do carro.

Foi uma rodada ao lado da TC 2000, a principal categoria da Argentina e que no mês de julho desse ano tinha corrido em Curitiba (Autódromo Internacional de Curitiba). O Autódromo Oscar Gálvez recebeu um público de 70 mil pessoas. Giuliano Losacco foi o vencedor da prova com Mateus Greipel em segundo e Luciano Burti em terceiro lugar.

Volkswagen Bora, Chevrolet Astra e um Mitsubishi Lancer em 2007.
Volkswagen Bora, Chevrolet Astra e um Mitsubishi Lancer em 2007.

Para 2007 a competição contava com a participação da quarta montadora, a Peugeot, que utiliza a carenagem do 307 Sedan inicialmente em oito carros e, posteriormente, em dez. O objetivo era que a categoria tivesse 10 carros de cada uma das quatro marcas.

Dois anos depois em 2008, a Volkswagen anunciou sua saída da categoria e o número de carros no grid de largada caiu de 38 para 34.

Em 2009, foi a vez da Mitsubishi deixar a categoria, e os carros tiveram mudança a modo de ficarem semelhantes aos DTM alemães e o número de carros caiu outra vez: de 34 para 32, sendo assim em 2009 a categoria ficaria com apenas duas montadoras: Chevrolet (Vectra) e Peugeot (307).

Ricardo Maurício em 2008.
Ricardo Maurício em 2008.

Apesar dos pesares 2009, teria outras novidades, quando aconteceu a realização da primeira corrida da história da Stock Car em um circuito de rua que teve como cidade-sede Salvador, através de um contrato com a prefeitura, onde foi a primeira cidade do Nordeste a promover a corrida.

O local escolhido foi as ruas do Centro Administrativo da Bahia (CAB) que foi adaptada para receber a prova e vencida por Cacá Bueno.

A partir do ano de 2010 o combustível utilizado nos carros voltou a ser o etanol (em substituição à gasolina), os carros também passam a usar injeção eletrônica, a categoria ganha mais um circuito de rua e as corridas passaram a ser transmitidas para o exterior, com o número de 34 carros no grid.

Ricardo Mauricio levou a Corrida do Milhão em Interlagos no ano de 2010.
Ricardo Mauricio levou a Corrida do Milhão em Interlagos no ano de 2010.

Em 10 de março de 2010 foi anunciada a fusão das categorias Stock Car Light (Copa Vicar) e Pick-Up Racing, criando a Copa Chevrolet Montana, nova divisão de acesso à categoria principal e também foi criada a categoria Mini Challenge, em substituição a Stock Jr.

Em 2010 a montadora Peugeot substituiu a carroceria do 307 sedan pelo novo modelo do 408 já para a temporada 2012 a Chevrolet substituiria o Vectra pelo Sonic.

No ano de 2013 eram 34 carros no grid, com 11 equipes correndo de Chevrolet e nove utilizando Peugeot, e no ano de 2014 teria o retorno do autódromo de Goiânia à competição, com duas provas, sendo uma delas a Corrida do Milhão.

E finalizando nesse ano a carroceria do Sonic foi substituída pela nova geração do Chevrolet Cruze.

CARACTERÍSTICAS DOS CARROS DA STOCK CAR BRASIL 2016

Componente Característica
Suspensão Independente nas quatro rodas, triângulos superiores e inferiores construídos em tubo de aço. Barras estabilizadoras dianteiras e traseiras reguláveis de dentro do carro.
Direção Do tipo pinhão e cremalheira com acionamento hidráulico através de bomba elétrica.
Rodas OZ Racing, italianas 10,5 x 18 polegadas.
Pneus Pirelli, Pzero 305/660, aro 18, composto DH.
Freios Discos ventilados Fremax, pinças inglesas da AP Racing, especiais de competição, com seis pistões na dianteira e quatro na traseira. Pastilhas de Freio insetas de amianto e formulação especial para stock car.
Motor 8 cilindros em V com 550 HP de potência, 6.000 rpm e 5.700 cc (5,7 litros), cabeçote de alumínio, alimentação de combustível por uma injeção eletrônica Bosch, cárter seco.
Câmbio XTrac. Acionamento sequencial de 6 marchas para frente e uma à ré da Magnetti Marelli.
Diferencial XTrac.
Combustível Etanol, V-Power, produzido pela Raízen.
Tanque de combustível Composto por container de borracha preenchido com espuma de baixa densidade, e container de alumínio provido de válvulas de segurança inclusive para o caso de capotagens. Capacidade: 100 litros.
Chassis Tubular, com tubos de molibdênio, chapas de alumínio e revestimento antichama.
Carroceria Construída em fibra de vidro reforçada, representa os modelos Chevrolet Cruze e Peugeot 408. Os faróis dianteiros são apenas pinturas na carroceria, mas as lanternas traseiras são plenamente funcionais.
Peso mínimo 1.320 kg com o piloto a bordo vestindo macacão, luvas, sapatilhas, capacete e com fluidos (óleo, água, combustível, etc.) remanescentes. A pesagem é realizada no final das provas.
Vidros dianteiros Desenvolvido pela Fanavid, com uma lâmina de policarbonato entre duas lâminas de vidro com resistência elétrica para evitar o embaçamento.
Banco do piloto Desenvolvido pela Fiber Works, com homologação FIA na categoria ” Advanced Racing Seat “, banco de corrida avançado.

CORRIDA DO MILHÃO

Em 2008 a categoria passou a contar com uma prova especial, de duração maior que as demais, com a premiação de R$1 milhão, patrocinada pela Sky.

Thiago Camilo é o maior vencedor da prova, com 3 vitórias (2011, 2012 e 2015), Ricardo Maurício é o piloto que mais vezes esteve no pódio, em três oportunidades (2010,2012 e 2013), assim como Thiago Camilo, que além das vitórias de 2011 e 2012 foi segundo colocado em 2014.

Cacá Bueno e Marcos Gomes são os maiores poles, com 2 cada um.

Ano Vencedor Pole  Autódromo Duração
2008 Valdeno Brito Luciano Burti Marcos Gomes Cacá Bueno Rio de Janeiro(RJ) 65 minutos
2010 Ricardo Maurício Marcos Gomes Átila Abreu Marcos Gomes  São Paulo(SP) 65 minutos
2011 Thiago Camilo Daniel Serra Max Wilson Marcos Gomes  São Paulo(SP) 65 minutos
2012 Thiago Camilo Ricardo Maurício Cacá Bueno Cacá Bueno  São Paulo(SP) 50 Minutos
2013 Ricardo Zonta Ricardo Maurício Cacá Bueno Allam Khodair  São Paulo(SP) 50 Minutos
2014 Rubens Barrichello Thiago Camilo Galid Osman Rubens Barrichello Goiânia(GO) – Misto 50 Minutos

Os pilotos com mais voltas mais rápidas são Allam Khodair (2012 e 2013) e Thiago Camilo (2011 e 2014).

Outros dados importantes, galeria de campeões, confira a lista de todos os nomes dos vencedores da categoria.

Ano Campeão Carro
1979 Paulo Gomes Chevrolet Opala
1980 Ingo Hoffmann Chevrolet Opala
1981 Afonso Giaffone Filho Chevrolet Opala
1982 Alencar Jr. Chevrolet Opala
1983 Paulo Gomes Chevrolet Opala
1984 Paulo Gomes Chevrolet Opala
1985 Ingo Hoffmann Chevrolet Opala
1986 Marcos Gracia Chevrolet Opala
1987 Zeca Giaffone Chevrolet Opala
1988 Fábio Sotto Mayor Chevrolet Opala
1989 Ingo Hoffmann Chevrolet Opala
1990 Ingo Hoffmann Chevrolet Opala
1991 Ingo Hoffmann / Ângelo Giombelli Chevrolet Opala
1992 Ingo Hoffmann / Ângelo Giombelli Chevrolet Opala
1993 Ingo Hoffmann / Ângelo Giombelli Chevrolet Opala
1994 Ingo Hoffmann Chevrolet Omega
1995 Paulo Gomes Chevrolet Omega
1996 Ingo Hoffmann Chevrolet Omega
1997 Ingo Hoffmann Chevrolet Omega
1998 Ingo Hoffmann Chevrolet Omega
1999 Chico Serra Chevrolet Omega
2000 Chico Serra Chevrolet Vectra
2001 Chico Serra Chevrolet Vectra
2002 Ingo Hoffmann Chevrolet Vectra
2003 David Muffato Chevrolet Vectra
2004 Giuliano Losacco Chevrolet Astra
2005 Giuliano Losacco Chevrolet Astra
2006 Cacá Bueno Mitsubishi Lancer
2007 Cacá Bueno Mitsubishi Lancer
2008 Ricardo Maurício Peugeot 307
2009 Cacá Bueno Peugeot 307
2010 Max Wilson Chevrolet Vectra
2011 Cacá Bueno Peugeot 408
2012 Cacá Bueno Chevrolet Sonic
2013 Ricardo Maurício Chevrolet Sonic
2014 Rubens Barrichello Chevrolet Sonic
2015 Marcos Gomes Peugeot 408

Para finalizar a nossa matéria em grande estilo, confira uma galeria de fotos mostrando como foi a evolução da categoria em todos esses anos de Stock Car Brasil:

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Obs: Tentamos dar todos os créditos às fotos e imagens desta matéria, mesmo assim, caso algum autor desejar, retiramos imediatamente o material.

Tomada de Tempo, Aqui a sua noticia é pole position.