Saiba o que rolou nas duas corridas no Principado, além da atual classificação dos três campeonatos.
A Fórmula E realizou no último fim de semana (3 e 4) a rodada dupla do E-Prix de Mônaco, a sexta e sétima etapas do calendário 2024/2025, que aconteceu no clássico traçado de Grande Prêmio nas ruas de Monte Carlo.
O vencedor da primeira prova, de sexta-feira, foi Oliver Rowland, seguido de Nyck De Vries e de Jake Dennis. O ponto extra da volta mais rápida ficou com Pascal Wehrlein, que cravou o melhor tempo de 1:28.329s, enquanto o Piloto da Corrida, eleito na votação oficial da Fórmula E, foi Nico Müller.
No dia seguinte, quem levou a melhor foi Sébastien Buemi, que cruzou a linha de chegada no topo logo à frente do pole sitter Rowland e de Nick Cassidy. O ponto extra do menor tempo de volta na sétima etapa ficou com o outro competidor da TAG Heuer Porsche, António Félix da Costa, com o cronômetro em 1:37.601s.
O Piloto da Corrida no domingo foi Jean-Éric Vergne, mas o destaque da sétima etapa foi Buemi. O suíço quebrou o recorde de mais vitórias conquistadas na categoria elétrica, com 14, ao desempatar com Lucas Di Grassi e Mitch Evans. Além disso, o campeão da temporada 2015/2016 alcançou a marca de mil pontos na F-E, junto com Di Grassi, que já havia alcançado o grande feito.
Vale lembrar que a segunda disputa em Mônaco foi conturbada, devido à chuva que caiu antes da prova e que gerou alguns incidentes.
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Abaixo, confira uma análise de desempenho das equipes que pontuaram na rodada dupla do E-Prix de Mônaco, em ordem decrescente do Campeonato de Equipes.
TAG Heuer Porsche
A Porsche sofreu algumas dificuldades na rodada dupla em Mônaco, mas conseguiu se manter a liderança no Campeonato de Equipes e somar bons pontos.
No sábado, o dono do título de 2019/2020, António Félix da Costa, bateu no muro na volta 8/29, e deixou cedo a sexta etapa. No outro carro, o atual campeão Pascal Wehrlein trouxe alguns pontos para a escuderia alemã, ao garantir a P6, depois de largar em décimo lugar.
O dia seguinte foi mais produtivo para a TAG Heuer Porsche, já que os dois pilotos pontuaram dessa vez. Da Costa, viu as luzes se apagarem da P6 e progrediu, ao terminar em quarto, enquanto Wehrlein se classificou em décimo para concluir na P7. No geral, a Porsche se manteve na sua média em termos de desempenho.
Nissan
A equipe da montadora japonesa foi a que mais impressionou em território francês, com o principal favorito ao título, Oliver Rowland. O britânico fez um final de semana incrível e, mais uma vez, carregou a Nissan nas costas, sem o mínimo de ajuda do parceiro de equipe, Norman Nato.
Na sexta etapa, Rowland ocupou a P2 do grid de largada, mas, facilmente, tomou a liderança e, depois de fazer o seu pit boost, a recuperou e a manteve até o fim, sua terceira vitória na campanha 2024/2025. Por outro lado, Norman Nato terminou longe e fora do top 10, na P14.
O domingo também foi produtivo, mas poderia ter sido melhor, já que Oliver largou na pole e tinha chances reais de vencer novamente, se não fosse os erros de pilotagem que cometeu. Pelo menos, Rowland subiu ao pódio como segundo. No caso de Nato, o francês também não pontuou e saiu zerado da rodada dupla em Monte Carlo. Sem dúvidas, o que Oliver conquistou nos dois dias foi o suficiente para a Nissan comemorar.
Mahindra Racing
A Mahindra foi uma das competidoras que mais impressionou no Principado, ao conquistar fortes resultados. O campeão da temporada 2020/2021, Nyck De Vries, foi o grande destaque do final de semana na equipe natural da Índia, ao garantir o seu primeiro pódio desde a rodada 2021/2022 na corrida de sábado. O parceiro do neerlandês, Edoardo Mortara, também se saiu bem, ao ficar com a P4.
No dia seguinte, a Mahindra pontuou com apenas um carro, o de De Vries, que se qualificou em uma incrível P2 e concluiu em quinto lugar. Mortara, por sua vez, viu o apagar das luzes da P21 e, apesar de ter ganhado nove posições no segundo E-Prix em Mônaco, ficou de fora da zona de pontuação, na P12. O resultado agregado da Mahindra a fez subir da P5 para o terceiro lugar no Campeonato de Equipes.
DS PENSKE
A DS realizou o fim de semana de duas corridas consecutivas de forma agradável, com pontos somados em ambas. No E-Prix 1, Max Günther foi o único da dupla a finalizar entre os dez primeiros, em décimo, dois degraus acima do companheiro de garagem e bicampeão, Jean-Éric Vergne (P12).
As coisas melhoraram no dia seguinte, durante a sétima etapa, pois os dois competidores acrescentaram pontos aos campeonatos. Dessa vez, Vergne se saiu melhor que Max, ao largar da P4 e ver a bandeira quadriculada em sexto. Enquanto isso, Günther também perdeu posições na pista, quando saiu da P3 para concluir em oitavo. No fim, a equipe francesa saiu satisfeita da Riviera Francesa.
NEOM McLaren
Para a McLaren, a segunda rodada dupla da temporada foi decepcionante, com apenas três pontos conquistados pela conquista da pole position por Taylor Barnard, na sexta etapa.
Na disputa inicial, o líder do grid de largada, Barnard, não manteve o ritmo e ainda se envolveu em um incidente com Pascal Wehrlein, ao ser forçado contra o muro. Apesar do inconveniente, Taylor conseguiu retornar ao tráfego, mas cruzou a linha de chegada em uma frustrante P16, com Sam Bird cinco degraus acima, na P11.
O domingo de corrida foi ainda pior para a escuderia laranja mamão, por não ter sequer alcançado o top 10 final. Após sair da P22, Bird ganhou apenas suas colocações e terminou na P20, enquanto Barnard não saiu do lugar, ao receber a bandeirada final na P16, a sua posição de origem. Diante do fraco desempenho, a NEOM McLaren caiu da P3 para a P5 no Campeonato de Equipes.
Andretti
O caso da Andretti foi parecido com o da DS PENSKE, ao entregar um fim de semana dentro da média, mas com algo a mais. O campeão da rodada 2023/2024, Jake Dennis, garantiu uma finalização entre os três melhores no E-Prix 1, como P3, o primeiro pódio da escuderia americana na campanha atual. No outro carro, Nico Müller largou da P14 e converteu a baixa performance no qualifying em um excelente quinto lugar.
O dia posterior não foi tão expressivo para a Andretti. Jake, que viu as luzes se apagarem da P12, subiu três degraus e levou o nono lugar, mas Nico abandonou a competição de domingo, após problemas técnicos em seu carro, o que gerou um Safety Car. Mesmo assim, a Andretti assumiu a P6 na tabela geral, que pertencia à Maserati.
Jaguar TCS Racing
A Jaguar recebeu um batismo de fogo em Monte Carlo, com um resultado pouco satisfatório, diante das oportunidades oferecidas pela rodada dupla monegasca.
No E-Prix inicial, Nick Cassidy e Mitch Evans concluíram na P18 e P20, respectivamente, uma finalização vergonhosa para a promissora escuderia britânica. Vale destacar que, no caso de Evans, houve problemas técnicos no carro que o atrapalharam na competição.
Houve redenção na equipe, pelo menos, para Cassidy. O conterrâneo de Mitch largou da P14 e, incrivelmente, escalou o pelotão bravamente até o pódio e levou o terceiro lugar na segunda disputa no Principado. No caso de Evans, o E-Prix 2 também foi ruim, ao encerrar a passagem por Mônaco sem pontuar mais uma vez, como P18. Mesmo assim, a Jaguar TCS Racing avançou para a P3 no Campeonato de Fabricantes.
Maserati MSG Racing
A Maserati foi salva por apenas um de seus pilotos, o mais experiente da dupla, Stoffel Vandoorne. O campeão da rodada 2021/2022 somou um total de três pontos nas duas competições na Riviera Francesa, com o parceiro de equipe, Jake Hughes, estagnado fora do top 10.
No Round 6, Vandoorne saiu da P5 para o nono lugar, um retrocesso dentro do normal para o desempenho do carro da escuderia. O outro piloto da equipe, Jake Hughes, não saiu do lugar, ao sair da P17 e, curiosamente se manter nela até o final.
Domingo, Stoffel somou pelo menos um ponto para a Maserati, ao levar a P10, enquanto Hughes, de forma impressionante no sentido negativo, terminou o E-Prix 2 na mesma P17, após largar da P13. Assim, a Maserati MSG Racing saiu com o sentimento de que poderia fazer melhor em suas duas corridas em casa.
Envision Racing
Para a Envision, este último fim de semana foi bastante positivo, com uma troca de papéis entre os seus pilotos em termos de destaque e soma de pontuação. Na competição de sábado, o melhor da escuderia britânica foi Robin Frijns, que levou a P8 no final. Porém, seu companheiro Sébastien Buemi ficou longe do top 10, entre os últimos, na P19.
Apesar da baixa performance de Buemi no primeiro E-Prix, o suíço se superou e alcançou um feito que até então, ele dizia para si mesmo (segundo o próprio em entrevista) ser inacançável: Buemi viu o apagar das luzes do oitavo lugar e venceu no Principado. Por outro lado, Frijns não teve o que entregar para a equipe, ao finalizar na P11, perto da zona de pontuação. Para a Envision Racing, Mônaco foi uma rodada dupla proveitosa e memorável.
CUPRA Kiro Race
A Kiro Race retornou ao top 10 final durante as duas disputas consecutivas em Monte Carlo, mas em apenas uma delas.
O piloto experiente da equipe, Dan Ticktum, levou a escuderia de volta aos pontos, ao conquistar a P7, a mesma posição de qualifying. O novato, David Beckmann, não se saiu bem, ao ficar apenas na P15. A corrida de domingo não foi positiva em nenhum aspecto, pois tanto Ticktum quanto Beckmann terminaram zerados, na P15 e P19, de forma respectiva.
Mesmo com o fraco resultado em Mônaco, concluir no top 10 é de extrema importância para a CUPRA Kiro Race, que se encontra em último na classificação geral de equipes da F-E.
Equipes que não pontuaram
A única escuderia que não marcou pontos em Monte Carlo foi a Lola Yamaha ABT, equipe do brasileiro Lucas Di Grassi.
Top 10 do Campeonato de Pilotos:
1 – Oliver Rowland #23 (Nissan) – 115 pts
2 – António Félix da Costa #13 (TAG Heuer Porsche) – 67 pts
Jornalista, carioca e fã de automobilismo desde criança. Meu lema de vida profissional é uma das frases mais impactantes de Ayrton Senna: “No que diz respeito ao empenho, compromisso, esforço e à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.” – Adonai é jornalista parceiro pelo Tomada de Tempo