A decisão do título deste ano foi marcante para o piloto do carro #111, mas a sua trajetória desde o início da temporada tornou a conquista do bicampeonato ainda mais especial.
No último final de semana (10 e 11), a 12ª e a etapa de encerramento da temporada 2022 da Stock Car Pro Series em Interlagos (SP), revelou o 43º campeão da principal categoria de turismo brasileira: Rubens Barrichello, da equipe Full Time Sports, bicampeão e agora o competidor mais velho a ganhar um campeonato na classe.
Diante de três outros oponentes com chance de título: Daniel Serra, Gabriel Casagrande e Matías Rossi, Rubinho viu tudo cooperar para poder levar o segundo caneco de sua carreira na Stock, já que carregou o primeiro em 2014.
Na corrida 1, o ex-piloto de Fórmula 1 finalizou em terceiro lugar, logo atrás de Daniel Serra e do pole position, Felipe Baptista. Em seguida, na segunda prova, Rubens terminou na P11, Gabriel Casagrande foi desclassificado por gerar um toque em Serra que o tirou da disputa e, o outro favorito ao título, Matías Rossi, abandonou as duas corridas.
Curiosamente, a data da grande final (“111/2/2022”), o número do carro de Rubinho (#111), a finalização da segunda prova (P11) e o tempo de sua pole position na segunda etapa em Goiânia (50.111s), revelaram uma espécie de predestinação de Barrichello a conquistar o bicampeonato este ano.
Dos altos e baixos à conquista do título
Apesar do evento final da temporada 2022 da Stock Car ter sido um marco emocionante em sua vida, a recapitulação da trajetória de Barrichello revela o quão difícil foi para o piloto de 50 anos se tornar campeão pela segunda vez na categoria.
As duas primeiras etapas da temporada foram um verdadeiro contraste de emoções para Rubinho: na abertura da temporada, a Corrida de Duplas em Interlagos, Rubinho e seu convidado e filho, Dudu Barrichello, não cruzaram a linha de chegada em nenhuma das duas provas, por conta de problemas mecânicos no carro.
Na prova seguinte, em Goiânia, Rubens simplesmente dominou o final de semana no Autódromo Internacional Ayrton Senna, ao garantir a pole, vencer as duas corridas, fazer a volta mais rápida e levar o troféu Man of the Race como maior pontuador da etapa.
A terceira disputa, no RIOgaleão – Aeroporto Internacional Tom Jobim, foi regular, já que o piloto do carro #111 não recebeu a bandeirada final dentro do top 3.
Na primeira passagem da Stock Car pelo Autódromo Velocitta, Barrichello garantiu dois pódios: a P2 na corrida 1 e a P3 na segunda disputa, o suficiente para receber o troféu Man of the Race mais uma vez.
Nas etapas seguintes, 5ª e 6ª no Velopark, 7ª em Interlagos e 8ª em Mogi Guaçu, Rubinho não figurou entre os três primeiros no final de semana e, por isso, se distanciou das primeiras colocações na classificação de pilotos.
Em Santa Cruz do Sul, Barrichello conquistou seu terceiro pódio, como P2 na corrida 1, a vitória de número 3 deste ano na segunda prova e o troféu Man of the Race, o que fez o piloto #111 subir na tabela e se aproximar dos líderes do campeonato.
No retorno a Goiânia, Rubens não teve o mesmo desempenho do início do ano e não subiu no pódio. A melhor finalização que o automobilista alcançou em Goiás foi a P5 na corrida 1.
Ao analisarmos a temporada do #111 nessas 12 etapas, fica nítido que Rubinho sofreu altos e baixos e passou por alguns ‘apagões’ de desempenho. Por isso e pelo fato de Barrichello ter 50 anos de idade, a sua conquista do bicampeonato passa a ser histórica.
Em palavras, Rubens Barrichello:
“Tenho troféus bonitos, mas nada, nada se compara ao dia que Interlagos devolveu tudo para mim. Sempre foi uma questão de amor, sempre foi uma luta, e eu estou aqui para deixar uma marca de amor. Nada vai pagar a forma como foi hoje: meu pai, minha mãe aqui, meus filhos, a luta… Foi até a linha de chegada. Obrigado a todos que torceram.
“Sinto uma gratidão enorme. Tenho um amor tão grande por Interlagos e, depois que consegui subir no campeonato em Goiânia, outra pista muito importante para mim, vi a coisa acontecendo. Nunca teve grito de ‘já ganhou’, mas foi de uma forma construída.
“Agradeço a Interlagos, o amor da minha vida. A gente sempre teve uma ‘coisinha’ assim, e hoje a gente se libera dessa situação. Estou lisonjeado por viver esse momento. Feliz por viver essa oportunidade, que foi bem usada. E Interlagos entregou algo que eu estava atrás há algum tempo. Só podia ser desse jeito, com as pessoas que eu amo e que estão ao meu lado.” Finaliza Rubinho.
Classificação final de pilotos da temporada 2022
1º – Rubens Barrichello, 330 pontos
2º – Daniel Serra, 316
3º – Gabriel Casagrande, 307
4º – Matías Rossi, 268
5º – Ricardo Zonta, 262
6º – Ricardo Maurício, 257
7º – Bruno Baptista, 251
8º – Nelson Piquet Jr., 232
9º – César Ramos, 230
10º – Thiago Camilo, 216
11º – Gaetano Di Mauro, 199
12º – Guilherme Salas, 187
13º – Rafael Suzuki, 172
14º – Átila Abreu, 169
15º – Galid Osman, 165
16º – Diego Nunes, 157
17º – Allam Khodair, 148
18º – Julio Campos, 148
19º – Felipe Lapenna, 146
20º – Felipe Baptista, 126
21º – Marcos Gomes, 123
22º – Tony Kanaan, 102
23º – Cacá Bueno, 99
24º – Felipe Massa, 98
25º – Sergio Jimenez, 96
26º – Pedro Cardoso, 93
27º – Denis Navarro, 86
28º – Lucas Foresti, 80
29º – Rodrigo Baptista, 44
30º – Gianluca Petecof, 42
31º – Felipe Fraga, 25
32º – Andrés Jakos, 23
33º – Julián Santero, 19
34º – Tuca Antoniazi, 18
35º – Gabriel Robe, 11
36º – Beto Monteiro, 7
37º – Thiago Vivacqua, 4
38º – Gustavo Frigotto, 3
39º – Diego Azar, 1
40º – Renato Braga, 0
41º – Raphael Teixeira, 0
42º – André Moraes Jr., 0
*pontuação extraoficial
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Jornalista, carioca e fã de automobilismo desde criança. Meu lema de vida profissional é uma das frases mais impactantes de Ayrton Senna: “No que diz respeito ao empenho, compromisso, esforço e à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.”