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FÓRMULA 1 – Ross Brawn traça planos para início da temporada – 2020

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(Foto: Mark Thompson/Getty Images/Red Bull Content Pool)

Chefe da classe mais alta do automobilismo descarta esperar a pandemia ser resolvida para enfim iniciar a rodada desse ano.

Diante das incertezas geradas pelo COVID-19 e as ordens de isolamento vindas da OMS (Organização Mundial da Saúde) para tentar conter a pandemia, os organizadores da Fórmula 1 planejam maneiras de iniciar a temporada 2020 o mais rápido possível. Na última terça-feira, o GP do Canadá foi adiado e se junta a outros oito que foram adiadas ou canceladas.

O chefe da F1, Ross Brawn, afirmou em entrevista a Sky Sports que provavelmente o campeonato vai começar na Europa, mas como um evento fechado, sem público presente nas arquibancadas:

Viajar para as equipes e viajar para todos os envolvidos será um dos grandes problemasVocê poderia argumentar que, quando chegássemos lá, poderíamos nos tornar bastante independentes.

Nossa opinião é provavelmente que um começo na Europa será favorável e que pode até ser um evento fechado. Poderíamos ter um ambiente muito fechado, onde as equipes entrassem nos charters, as canalizássemos para o circuito, garantimos que todos sejam testados, liberados e que não haja riscos para ninguém.

Temos uma corrida sem espectadores. Isso não é ótimo, mas é melhor do que nenhuma corrida. Temos que lembrar que existem milhões de pessoas que seguem o esporte em casa. Muitos deles estão se isolando e ser capaz de manter o esporte vivo, praticar um esporte e divertir as pessoas seria um grande bônus nessa crise que temos. Mas não podemos colocar ninguém em risco.

Estamos analisando a estrutura organizacional que nos daria o começo mais cedo. Mas também a capacidade de manter esse início. Não faz sentido começar e depois parar novamente por um tempo. É mais provável que esteja na Europa. É concebível que possa ser um evento fechado.”

Planos em relação ao calendário 2020

Largada do GP da Austrália de 2019 (Foto: Will Taylor-Medhurst/Getty Images/Red Bull Content Pool)

Ross Brawn disse que se houver a possibilidade de abrir o campeonato em julho, o calendário poderá ter 18 ou 19 corridas durante o ano. O sistema de GPs seria mais intenso para os pilotos: três finais de semana de corrida seguidos de um intervalo/folga. Além disso, Brawn falou sobre a ideia de terminar a temporada em janeiro do ano que vem:

Oito corridas é o mínimo que podemos ter em um campeonato mundial, de acordo com os Estatutos da FIA“, afirmou Brawn. “Poderíamos realizar oito corridas começando em outubro. Então, se você quisesse um ponto morto, seria outubro.

Mas sempre há a possibilidade de nos encontrarmos no próximo ano. Isso está sendo explorado. Podemos nos desviar para janeiro para terminar a temporada? Há todo tipo de complicações, como você pode imaginar, com isso.

Se pudéssemos começar no início de julho, poderíamos fazer uma temporada de 19 corridas. [Seria] difícil – três corridas, um fim de semana fora, três corridas, um fim de semana fora. Examinamos toda a logística e achamos que podemos realizar uma temporada de corridas entre 18 e 19 se pudermos começar no início de julho. A escolha é entre esses dois números.”

Outra cogitação é ter etapas duplas em certos GPs, que segundo Ross Brawn, pode ser uma opção considerável:

Podemos ter algumas corridas de dois dias para atender às necessidades logísticas. Por exemplo, a China parece que provavelmente será uma corrida de dois dias se continuarmos com isso porque, para chegar lá e fugir para o próximo evento que estamos planejando, poderia ser facilmente uma corrida de dois dias.”

Lições aprendidas pela Fórmula 1 com a crise gerada pelo coronavírus

Ross Brawn (Foto: Christian Walgram/GEPA pictures/Red Bull Content Pool)

Também em entrevista a Sky Sports, o chefão da F1 dissertou sobre esse momento inédito em que a categoria e o automobilismo em geral sofre e falou sobre os desafios financeiros diante desse cenário difícil:

A crise do COVID-19 criou uma oportunidade para as pessoas darem uma segunda olhada no que é um nível realista e sensato de um limite orçamentário e nos permitiu renegociar novamente com determinação e comprometimento extras.

É uma declaração de que foi para isso que dissemos o limite do orçamento. Quando temos essa crise, podemos diminuir o botão. Dissemos isso quando foi introduzido. Estamos aqui mais cedo do que qualquer um queria. Estamos aqui agora. Seria irresponsável ignorá-lo.

Todos temos que nos reajustar a esses novos níveis. Vai ser doloroso, mas o esporte terá futuro. Acho que sairemos disso em um lugar muito mais forte assim que superarmos isso.”

Nesse ano de 2020, a Fórmula 1 completa 70 anos de história como a principal categoria do automobilismo mundial. O planejamento era ter 22 corridas no calendário comemorativo, com a estreia do GP do Vietnã e o retorno do GP da Holanda, este que recebeu uma corrida de F1 pela última vez em 1985.

Monte Carlo – GP de Mônaco de 2019 (Foto: Mark Thompson/Getty Images/Red Bull Content Pool)

Até o momento, os GPs adiados foram o da China, Azerbaijão, Bahrein, Vietnã, Holanda, Espanha e Canadá. Já os cancelados, Austrália e Mônaco. Este último nunca tinha sido cancelado antes desde sua estreia na F1 em 1954.