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NASCAR – Por que NASCAR?

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Foto: Instagram Oficial Daytona International Speedway

Salve Salve simpatia, diria Jorge Ben Jor! Inauguro esse canal de comunicação para falar um pouco dessa categoria que está em ascensão no que se refere ao interesse do público brasileiro.

Quando converso com amigos fãs de corridas sobre minhas preferências no automobilismo, alguns vêm com a seguinte indagação: Por que NASCAR?

Como alguns de vocês podem pensar a mesma coisa, vou enumerar fatos e características, que tornam essa categoria singular e muito interessante.

1) Ausência da FIA e tradição

A NASCAR é uma associação automobilística fundada em 1948, totalmente independente da FIA e dos seus ordenamentos até a presente data. Podemos gostar ou não do que a FIA determina, mas ter uma categoria deste tamanho e independente não deixa de ser atraente. Sua primeira corrida oficial foi realizada em 1949 com carros originais de fábrica. Mas antes da sua criação, corridas ilegais vinculadas à história da Lei Seca nos EUA eram muito populares. Mais raiz que isso, impossível.

2) Organização e rede de divisões

A NASCAR contempla três campeonatos: O campeonato de pilotos (drivers standing), o de donos dos carros (Car Owners Standing) e o de fabricantes (Manufactures Standing).

Por exemplo, o lendário carro nº 24 que foi pilotado pelo grande Jeff Gordon na Cup Series, agora é o carro nº 24 de William Byron, pois o carro tem dono.

No que se refere aos fabricantes, atualmente temos três marcas fornecedoras de motores; a Ford, a Chevrolet e a Toyota que usam o layout do Mustang, Camaro e Camry, na categoria principal. Até pouco tempo atrás ainda tínhamos Dodge e Pontiac.

A NASCAR possui três categorias principais. A “Truck Series”, que são as lindas camionetes, e seria a série C da categoria; a “XFinity Series” que funciona como o último degrau antes da principal que é a “Monster Cup”. Ressalto que, fazendo uma analogia, a “Truck” e a “Xfinity” não são exatamente como F3 e F2, já que não possuem no grid apenas jovens pilotos iniciantes. Nelas existem pilotos veteranos, que fazem da sua carreira aquela divisão e vão enfrentar os jovens talentos que buscam ascensão. E ainda, não pensem que o jovem já vai começar pela “Truck Series”, não senhor (a), para chegar ali, geralmente, tem que passar pelas ligas menores regionais dos EUA, ou nas Internacionais. Pois é, a NASCAR possui divisões menores regionais, e outras no México, no Canadá e na Europa. É uma teia de ligas e divisões.

3) Estágios e Playoffs

A NASCAR, assim como a NBA e NFL, possui a fase decisiva em playoffs.

A temporada é composta de 36 corridas mais o “All-Star”. As 26 primeiras corridas representam a primeira fase, de onde saem os 16 primeiros colocados do campeonato. Estes 16 pilotos decidirão o campeonato nas 10 últimas corridas. Na última etapa, após as eliminatórias, 04 pilotos estarão na luta pelo título, e quem chegar na frente, entre eles, será o campeão.

As corridas da NASCAR podem ter até quarenta pilotos no grid, variando de acordo com o tamanho da pista.

Cada etapa é composta de três estágios, sendo que ao término de cada um é dada a bandeira quadriculada junto com a uma amarela. São distribuídos pontos entre os 10 primeiros colocados do estágio. Ao final do terceiro estágio da corrida, é dada a vitória e os pontos gerais para o campeonato. A pontuação dos estágios é utilizada apenas durante a fase de Playoffs como critério de desempate, sendo este, acumulativo até a penúltima corrida da temporada, já que na última, como descrito acima, é pega livre entre os quatro remanescentes.

4) Competitividade

Os fãs da velocidade sempre apreciam corridas onde ocorram disputas e nas quais mais de dois pilotos possam realmente vencer e sem jogo de equipe. Então, bem vindos à NASCAR.

Dos 36 a 40 pilotos que largam, na minha visão do grid atual, pelo menos 20 têm chance real de vitória e outros 05 podem vencer na estratégia e com circunstâncias favoráveis.

Geralmente, as corridas são em circuitos ovais, de variados tamanhos, larguras e inclinações, havendo algumas em circuitos mistos. Sobre os ovais, temos que entender o jogo de xadrez que é essa disputa a 300 km/h, a negociação de vácuo, a turbulência, o vácuo lateral, as escolhas das linhas de traçado,e até mesmo o “bump and go”. A NASCAR tolera coisas que jamais seriam imagináveis em outra categoria. Eles que se virem lá dentro. Entendendo como funciona a brincadeira, não tem como não arrepiar com aqueles caras voando naquelas “naves”.

Não posso deixar de citar ainda a prorrogação. Corrida da NASCAR não termina em bandeira amarela. Caso ocorra um acidente e a respectiva bandeira amarela exceda o número de voltas pré estabelecido para a corrida, teremos uma prorrogação. Com isso, a bandeira amarela durará o tempo que for necessário e ao término dela, teremos duas voltas em bandeira verde. Caso não haja um novo acidente e o líder abra a última volta, a corrida será encerrada independente de qualquer coisa. Em caso de nova bandeira amarela, teremos outra prorrogação e assim por diante.

5) Brasileiros na NASCAR

Christian Fittipaldi, que deixou as pistas recentemente, foi o único brasileiro a correr na divisão principal. Nelsinho Piquet teve uma carreira razoável na NASCAR, andando na Truck Series e na Xfinity, tendo inclusive vitórias na trajetória.

Miguel Paludo foi outro que andou na Truck Series, tendo feito boas provas, mas não avançando. Marcos Gomes, da Stock Car brasileira, tem feito corridas nas ligas menores, em busca de adaptação.

Temos mais brasileiros correndo na divisão Europeia com esperança de chegarem aos EUA. Vamos torcer e aguardar.

Vou encerrando este primeiro texto, para não alongar demais, apesar do farto material a ser aprofundado. Vamos dar uma oportunidade para esse mundo que é a NASCAR, busquem entendê-lo, conhecer as regras, costumes e personagens, e não se arrependerão.

No decorrer da temporada, trataremos das etapas, pilotos ou fatos da NASCAR e das outras categorias, sem prejuízo das ótimas colunas dos meus colegas no TOMADA DE TEMPO.

Deixo uma dica de cinéfilo no link abaixo. Caso ainda não tenham visto, vale a conferida no filme de 1990, “Dias de trovão” com Tom Cruise. O clima da categoria está ali.

E como diria Kal – El : “Para o alto e avante!”