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WEC – Le Mans e Toyota definitivamente não combinam

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Hello darkness, my old friend… (Foto: Twitter)

maldição
substantivo feminino

  1. ação ou efeito de amaldiçoar ou maldizer.
  2. palavra ou conjunto de palavras que revela a vontade de que algo negativo aconteça; imprecação, praga.
  3. o que tem consequências funestas; desgraça, calamidade.

Mas também podemos resumir como “Toyota em Le Mans”.

Começando pontualmente às 10h00 (Brasília), as 24 Horas de Le Mans eram dominadas pela Toyota: os protótipos principais da marca (o #9 participa exclusivamente desta prova) comandavam o pelotão, com esporádicas aparições dos 919 Hybrid no top-3. Foram pouco menos de oito horas de supremacia japonesa na França antes da noite chegar.

“Mas a vida é uma caixinha de surpresas”, como nos ensinou Joseph Klimber.

Com 07h45 de prova um incêndio no freio dianteiro do TS050 #8 causou alvoroço nos boxes da Toyota – que precisou de quase duas horas para realizar os reparos. Enquanto isso, Kobayashi viu seu protótipo #7 perder potência na Hunaudières e foi forçado a abandonar a prova na primeira hora do dia 18. O golpe final veio meia hora mais tarde, quando Nicolas Lapierre teve o pneu traseiro esquerdo de seu #9 furado, após toque na Manor #25, e também teve um foco de incêndio em seu carro.

Em resumo: em pouco mais de 02h40 a Toyota perdeu todas as esperanças de conquistar Le Mans.

Em 94 anos de existência (e 85 edições), os nipônicos só foram vencedores da contenda em 1991, com o mítico Mazda 787B. A Toyota, por sua vez, já disputou 19 corridas em Le Mans e ficou no quase várias vezes – como listado pelo pessoal da Motorsport.com

O problema desse ano parece claro: a Toyota Gazoo Racing investiu muito em desempenho e teve pouca evolução em durabilidade. Para corridas de 6 horas o atual nível de confiabilidade das peças pode ser o suficiente, mas Le Mans exige quatro vezes mais do carro.

Lembremos que os 919 Hybrid também tiveram problemas, mas o trabalho alemão ainda foi melhor que o japonês: O #1 de André Lotterer parou após 21 horas, enquanto o #2 foi para a garagem pouco depois das 03h30 de prova, ficou 65 minutos parado, voltou para a pista com 20 voltas de desvantagem para o líder e escalou da 56ª posição para o lugar mais alto do pódio.

Todo o embróglio causado pelos abandonos bagunçou totalmente a tabela do campeonato: com a pontuação dobrada desta etapa, o trio Hartley-Bamber-Bernhard saiu de 33 para 83 pontos e assumiu a liderança da WEC. Nos construtores, os alemães levaram 50 pontos para casa (contra 4 dos japoneses) e também alcançaram o topo da tabela, com 36,5 pontos de vantagem.

A Porsche deve aproveitar a reviravolta no campeonato, e o mês de intervalo até as 6 Horas de Nurburgring, para buscar soluções para a diferença de performance perante os japoneses. À Toyota, resta superar mais um fracasso em Le Mans e buscar a recuperação no campeonato, mantendo os bons desempenhos nas seis provas que restam.

Outros Destaques

  • Uma experiência sensacional acompanhar os LMP2 sonhando com a vitória geral! O #38 da Jackie Chan DC Racing até saboreou a liderança, mas a brutal superioridade dos LMP1 impediram um feito que seria histórico. No geral, excepcional a participação da equipe chinesa.
  • Brilhante condução do #13 da Vaillante Rebellion, com o trio de Nelsinho Piquet sendo segundo colocado da LMP2 e terceiro no geral!
  • Rubinho e seu #29 conseguiram uma 14ª colocação geral na prova. Resultado ótimo para um carro que ainda está em desenvolvimento e com um chassi Dallara – notoriamente mais fraco que os Oreca.
  • Dobradinha brasileira na LMGTE Pro! Daniel Serra feat. Darren Turner & Jonathan Adam levaram a vitória com o Aston Martin #97 (após linda disputa e ultrapassagem SENSACIONAL de Adão sobre o Corvette C7.R #63 na entrada da reta), com Luis “Pipo” Derani e seus Blue Caps trazendo o Ford GT #67 da Chip Ganassi UK na segunda posição.
  • A Ferrari 488 GTE da JMW Motorsport sobrou na LMGTE Am. Apesar de não participarem do Mundial (são uma equipe do European Le Mans Series), tiveram um ótimo desempenho na classe e impuseram uma vantagem de duas voltas sobre o #55 da Spirit of Race!
  • Por fim: André Negrão, Bruno Senna, Nelsinho Piquet, Rubens Barrichello, Tony Kanaan, Daniel Serra, Pipo Derani e Fernando Rees foram os oito representantes do país em Le Mans! Nota para Lucas Di Grassi, que fraturou o tornozelo jogando bola alguns dias atrás e acabou cortado da GTE Pro.
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